terça-feira, 11 de outubro de 2011

Primeira escolha moral - Capítulo VIII


CAPÍTULO OITAVO
O benefício desta instituição e deste estabelecimento do principal afeto vai além da simples instrução do coração, mas serve também para a sua alegria; mais poderosa é a força do espírito quando concentrada no amor, ou na inveja e no ódio que surgem da expressão da alegria e da tristeza consequentes, do que a que nasce de uma violência extrínseca ao tormento; entram com maior veemência, penetram; estão, inclusive, nos corpos e na família, e mais íntimos do que os afetos dos afetos; por isso, atormentam com mais eficácia o espírito, e o tornam mais atento a eles; insinuando-se, ou seja, inserindo-se mais internamente do que conseguem os órgãos externos responsáveis pela alegria ou pela tristeza. Uma grande dor não diminui nada mesmo se colocada entre todos os instrumentos da volúpia, entre as lascívias das mais luxuosas ceias, entre os espetáculos mais deleitosos dos Anfiteatros. O espírito só está seguro e contente entre as rodas e as correntes, se for sustentado por uma força interior que seja capaz de resistir a todo encontro com calamidades mais atrozes. Cada afeto deve estar fundado sobre coisas boas e felizes, de maneira que não precise de nada de fora como alimento. Traga toda a provisão de alegria não mais de longe, mas de si mesmo.

NIEREMBERGH, Giovani Eusebio. Dell'Arte per ben reggere la volontà, insegnata da Padre Gio: Eusebio Nierembergh della Compagnia di Giesu, Libri Sei, Trasportati dalla Latina nella Lingua Italiana. All'Illustrissimo e Reverendissimo Signore Monsignore Daniello Delfino, Vescovo di Filadelfia, & Eletto Patriarca d'Aquileia (Gabriello Baba, Trad.). Venezia: Nicolò Pezzana, 1669, pp. 381-382.

Nenhum comentário:

Postar um comentário