sexta-feira, 9 de abril de 2010

Prefácio da tradução francesa

Reproduzo aqui a tradução que fiz do prefácio escrito por Louys Videl (tomei o cuidado de usar a mesma grafia utilizada na obra editada em 1657). O leitor notará que mantive a mesma estrutura do texto original, ou seja, mantive as iniciais maiúsculas quando ele as utiliza, as palavras em caixa alta quando ele as emprega, não marquei os parágrafos e, muitas vezes, inclusive, mantive a mesma estrutura frasal utilizada pelo autor, o que, em alguns trechos, pode tornar a leitura um tanto truncada. Naqueles trechos, porém, em que as frases, devido à sua extensão ou excesso de apostos, tornavam-se de difícil compreensão, tive o cuidado de dividir o texto de forma a torná-lo mais acessível.
Se forem encontrados erros graves, seja de digitação que de gramática, peço a gentileza de comunicar-me.

PREFÁCIO
Se sempre houve, no Mundo, ilustres monumentos de gratidão àqueles que tiveram a glória de fazer bem ao Mundo. Se os famosos trabalhos desses Heróis da Antiguidade, que destruiu o império dos maldosos e que limpou os monstros da Terra, que lhes ergueram Altares e Templos em toda a Terra. E se os benfeitores dos Povos e das Nações sempre foram considerados com religioso respeito, e nunca lhes faltou Apoteoses. Seria injusto no fim e seria cometer uma extrema ingratidão não testemunhar um perfeito reconhecimento por esses raros e divinos Gênios que, por suas nobres meditações e seus salutares preceitos, ensinaram aos Homens a se livrarem da tirania do Vício, quer dizer, da mais dura e cruel de todas as tiranias; a domarem, assim como a tantos monstros, os apetites desordenados e as violentas paixões de sua alma; a não temerem as perseguições e as malícias da Fortuna; a suportarem pacientemente os males e as calamidades da vida. Foram, sem dúvida, os verdadeiros Heróis e os dignos benfeitores do Mundo que produziram as mais evidentes vantagens - mais do que Hércules tenha feito -, que produziram com mais certeza e maior grandeza que Hércules a felicidade dos Povos e das Nações. É preciso explicar mais claramente e dar a glória a quem ela pertence. É absolutamente aos Filósofos que devemos isso. Estou falando daqueles que o estudo da Sabedoria tornou verdadeiramente dignos deste nome. Homens que não se divertindo com nada, como aqueles que o povo justamente honrou pouco porque buscavam Verdades inúteis; que não perdendo tempo com especulações que a experiência verifica que leva a muito mais trabalho que a satisfação do espírito, verifica que deixa sempre bem menos resoluções que dúvidas; esses homens se empregaram utilmente àquilo que a Razão lhes ensinou a ter como mais sólido e mais necessário: considerar o Homem, na medida em que age com iluminação e com um movimento voluntário e livre; ensinar ao Homem a excelência do fim para o qual ele foi criado, e para o que ele naturalmente aspira; a livrar o Homem de tudo o que o impede ou retarda; a purificar a fonte e o princípio de suas ações; a regrar as potências de sua alma; e, para dizer em uma só palavra, a torná-lo Sábio, a fim de torná-lo Feliz. Eis os ilustres trabalhos pelos quais estes excelentes homens mereceram Público. Eis de que maneira eles fizeram bem a todo o gênero humano, eles obrigaram a toda a Terra [esta é uma construção típica no texto de Nieremberg - "obrigar a" -, e tem sempre o sentido de "obrigar à gratidão"]. E, certamente, eu não poderia imaginar que pudessem existir pessoas tão pouco razoáveis que cheguem a lhes recusar esta glória; e que, pensando na utilidade maravilhosa que o Mundo, em todos os tempos, recebeu de uma Ciência tão nobre como essa que eles ensinaram, e que, de Século em Século, foi felizmente transmitida, não reconheçam que ela mereça os primeiros e mais importantes cuidados; e que nós devemos, tanto quanto for possível, constantemente, lhes dedicar [estes cuidados], visto que todas as outras [Ciências] se apoiam sobre esta, visto que ela é o que o fundamento é para o edifício. Esta Ciência, trabalhando para tornar o homem virtuoso, fez ao mesmo tempo muitas coisas: ela o torna capaz de todas as funções que lhe dizem respeito; ela purifica seu espírito e o coloca na feliz disposição que precisa existir para que ele se eleve até à contemplação das maravilhas da Natureza; para penetrar em todos os seus segredos, e descobrir suas mais raras e escondidas operações; ela lhe fornece o destino e as outras partes necessárias para o governo de um Estado, para a condução de uma Família, para a condução de sua própria pessoa; ela produz um sábio Filósofo, um hábil Político e um prudente Ecônomo; ela faz o que elas pretendem fazer; ela completa sozinha aquilo que elas pretendem todas juntas. Mas, ela nem sempre realizou tudo tão dignamente; nem possuiu suficientemente esta glória. Para dizer verdadeiramente, ela só pode dizer que a adquiriu adequadamente depois que a luz do Cristianismo veio sobre a Terra; que as fraquezas da Sabedoria humana foram reparadas e sustentadas pela comunicação da Sabedoria divina; e que a Graça esclareceu e fortificou a Natureza. O que esta excelente Ciência produziu antes disso teve muitos limites, foi muito imperfeita, sem dúvida. O que houve de homens dos quais ela regrou a vida e formou os hábitos, e que o Mundo acreditou serem Sábios, não foram, certamente, Sábios; ou, para ser mais exato, só foram meio Sábios. Eles usurparam este Nome mais do que o tomaram com legitimidade; eles se afastaram deste fim comum - a felicidade - quando, eu digo, se arriscaram por vias que, se não são absolutamente falsas, pelo menos são bem incertas. Foram pessoas que caminharam de noite e que, consequentemente, só poderiam caminhar na dúvida. Como eles estavam conduzidos apenas pela luz natural, seguiram um Guia mal iluminado e que tinha, ele mesmo, necessidade de um guia. Era preciso um que os retirasse de sua distração e que os colocasse no bom caminho: este Guia só poderia vir do Céu, só poderia ser a Graça. Ela descobriu aquilo que a Razão sempre procurou inutilmente sem ela. Ela lhe fez conhecer no que consiste o Soberano Bem, e o fez procurá-lo onde ele realmente se encontra. Assim, a Moral tendo adquirido da Graça o que lhe faltava, adquiriu, sem dúvida, sua perfeição. Ela recebeu da Graça seu caráter de dignidade que restaura seu preço com maior grandeza, que a fez assumir o primeiro lugar entre os Conhecimentos humanos. E que a estabeleceu com o título mais justo de Rainha, tanto que todos os Conhecimentos juntos não seriam capazes de produzir nos homens um bem comparável ao que ela sozinha produz. Além do mais, podemos dizer que, tornando os homens Mestres deles mesmos, ela os fez subir sobre o trono, fazendo-os Reis da mais nobre porção do Mundo, ela lhes deu um império muito maior do que puderam ter esses Conrants [não sabemos do que se trata; ndt] tão famosos que partilharam a Terra, mas que são frequentemente depostos de uma tão alta prerrogativa, quando deixam às suas paixões a obediência que recebem de seus Povos, conseguindo este estranho prodígio que é ajuntar em uma mesma pessoa o poder e a fraqueza, a soberania com a servidão. Não haveria aqui motivos suficientes para excitar todos os Espíritos razoáveis ao seu amor e à sua procura? Seria ainda necessário para aferroar a mais generosa ambição, ou até mesmo para satisfazê-la, lhe propor a posse dos favores de uma Rainha? Mas, de uma Rainha tão magnífica que, diante dela, qualquer um se devotaria a ela, visto que dela se obtém nada menos do que uma Coroa como recompensa? É muito justo que, a partir daqui, se reconheça quanta obrigação temos para com aqueles que nos facilitam o acesso a ela, e nos concedem as graças, àqueles que eu costumo dizer que nos abrem todos os seus tesouros e nos dão o meio de nos encher de satisfação e de bens, não apenas para a Terra mas também para o Céu. Não temo também me arriscar a dizer, como uma Verdade que não sofre contradição, que devemos também a ela o cuidado com os sentimentos puros e divinos, sem os quais ela é sombria e obscura, ou, pelo menos, tem apenas um falso lustre; são eles que, mais particularmente, lhe revestem de Ornamentos e, por assim dizer, lhe dão os adereços onde sua verdadeira beleza encontra a consistência e dos quais ela se adorna verdadeiramente. Mas, não deveríamos ter um reconhecimento semelhante também àqueles que, tendo reunido e encarnado estes mesmos sentimentos, nos pouparam a pena de procurá-los onde eles estavam dispersos; e, desta maneira, nos tornaram bem mais fácil o estudo e a utilidade muito mais presente? Ora, a meu ver, nenhuma outra pessoa no mundo pode se gloriar de ter feito isso tão bem quanto o Autor que me forneceu o fundo e a matéria desta Obra. Conheci-o, há alguns anos, através da mediação de um de meus amigos particulares [em nota de margem, aparece anotado: "Senhor de l'Auberivière, Advogado Geral do Rei, na Câmara dos Condes de Dauphiné"; ndt], Personagem sábio e polido que, desde então, se tornou um ponto de ligação e promotor do comércio que tivemos juntos, não obstante a longa distância entre a França e a Espanha. Sem dúvida, ele conferiu à Moral este nobre e último traço que faltava à sua beleza; enriquecendo-a com Máximas Cristãs, excelentemente empregadas entre os dogmas dos Filósofos Pagãos, reformando-os e recolocando-os no nível da Doutrina do Evangelho. De tal maneira que de tudo aquilo que, em diversos momentos da história, apareceu sob o nome de MORAL CRISTÃ, seguramente, nada é melhor do que esta. E mesmo seus Autores não teriam dificuldade de dizer o mesmo, ou seja, que nunca houve Moral que se pudesse chamar mais seguramente de Cristã. Acredito só precisar testemunhar isso àqueles que não têm nenhuma inteligência da língua na qual foi escrita e que, por esta Razão, devem me deixar fazê-lo falar na nossa língua, e fazê-lo falar mais pura e agradavelmente, talvez, que os demais Autores conseguiram fazer em suas próprias línguas, porque todos estão de acordo com esta Verdade. E, por menos hábito que se possa ter, neste Livro se descobrirá que ele cumpre perfeitamente o que seu Título promete. Quero, com isso, dizer que ele é cheio do suco e da essência dos melhores Livros. É também sobre isso que está fundada a alta estima que geralmente os Sábios e os Razoáveis sempre tiveram ao não ignorar o perigo que seria recusá-la, passando por cego e ridículo, não estimando, como se deve, as raras produções dos maiores homens de todos os Séculos, que, por exemplo, estão no trabalho deste Autor; não estimando então as tantas matérias preciosas, nobremente colocadas em jogo entre os pensamentos do Autor e como que incrustadas no Ouro de seus excelentes Raciocínios. Pode-se muito bem, a partir disso, imaginar qual é sua importância e seu valor. Mas, não podemos dissimular: não se trata de algo que se percebe muito rapidamente. Este Ouro, como aquele que está nos veios da Terra, quase sempre precisa que o Espírito trabalhe para que o descubramos. Estas matérias preciosas são brilhantes e cheias de brilho, mas elas não tocam primeiro os sentidos, elas são escondidas sob as sombras e envolvidas por nuvens. Para que eu mesmo não me envolva em nuvens e para me explicar mais claramente, digo que este Autor não tomou o cuidado que deveria ser tomado: o cuidado de evitar o obscurantismo que nasce de um estilo conciso como o seu, e que causa, infalivelmente, uma construção estranha e pouco regular, tal como parece que ele acabou afetando. Tendo negligenciado muito o cuidado de ser claro e inteligível, ele caiu no inconveniente de ser menos agradável. Daí, sem dúvida, que tantas pessoas cheias da iluminação e da vivacidade que é preciso ter para penetrar nas coisas mais duras e mais difíceis, depois de tê-las trabalhado em diferentes lugares para decifrá-las, não conseguindo chegar ao fim nem formar um sentido justo e completo da confusão e da desordem de suas palavras, desistiram de continuar a sua leitura; ou, depois de terem descoberto os espinhos, não quiseram se arriscar a tocá-la uma segunda vez e, até mesmo, a colocar a mão outra vez. Mas, como elas acabaram duvidando que sob os espinhos houvesse uma enormidade, um ramalhete de rosas, do qual eles, pelo menos, sentiram o cheiro, elas acabaram duvidando que as rosas pudessem ser descobertas e, por isso, fizeram a injustiça de condená-lo. Elas se afastaram dele com o desprazer de não poder considerá-lo alguém de sua confidência, alguém a quem falar de seus segredos. Mas, elas não o rejeitaram com desprezo. Elas tiveram por ele a reverência que se tem pelos mistérios e pelos Oráculos, que são respeitados na medida em que não os entendemos. E supondo que a situação poderia se tornar mais desfavorável ainda, os mais livres e menos discretos cuidaram de não o maltratar e dizer-lhe injúrias; como fez um dos mais Célebres Escritores deste Século [não sabemos de quem se trata; ndt] que, por uma estranha surpresa de seu julgamento e de sua razão, se abandonou à sua ferida até que o tratassem de Extravagante e de Ridículo; e não se deu conta do perigo que ele estava fazendo a si mesmo ao passar por tal coisa. Não seria o mesmo o que aconteceu com este homem de tão grande mérito, universalmente estimado muitas vezes entre aqueles dos quais este Autor não imaginava que fazia parte? Um homem, eu digo, que mereceu tanto não somente Cartas, mas também a Religião, pelas diversas e importantes Obras que produziu; e que tendo como que adquirido direito de Burguesia na França há vinte anos, e tendo tanta reverência da fé pública, deveria ele ser inviolável a este respeito, se não estivesse tão distante, pela Santidade do seu caráter e quase pela de sua vida. Digamos o que é verossimilhante, e pelo que é não reconhecido, que ele não a conheceu e, sem dúvida, a tomou como que para um outro. Não, seguramente, ele não teve a paciência suficiente para estudá-lo, ele só a quis en passant, como quem vê o que não queria ver de fato e que, talvez, estando um pouco confuso, demandava mais cuidado e atenção, quer dizer, demandava o que ele não tinha e queria o que ele não era capaz de meditar sobre. Ele não considerou que este excelente homem acreditou, talvez, e não sem muito fundamento, que a força e a excelência de seus pensamentos tornavam suportáveis os limites que se sublinham na sua expressão; e a nobreza da figura impedia dizer a beleza do colorido; e que a riqueza da matéria poderia tomar o lugar daquilo que falta à forma. Com efeito, parece não ser um problema a bruteza de seus diamantes, ou a falta de delicadeza da sua lapidação, já que são tantos e tão numerosos. E tendo julgado que ele teve a glória de poli-los e de lhes dar o lustre que merecem, ele o quis fazer a quem aceitasse o intento como eu aceitei. De qualquer maneira, seria injusto até a crueldade, seria se comportar mais como um seu inimigo do que como um seu juiz, envolver numa mesma censura suas perfeições e seus defeitos, que se crê foram bastante felizmente reparados nesta Tradução; seria injusto mesmo não distinguir as coisas onde ele excele daquelas onde ele peca. De resto, este Livro pode ser nomeado o Sumário, como que o Resumo de toda a Filosofia. E com mais razão ainda, visto que, certamente, se pode encontrar nele tudo o que os Filósofos Pagãos e os Padres da Igreja têm de mais delicioso e de mais nobres sentimentos na ciência dos hábitos. Seu principal objetivo é mostrar que há uma certa Arte de conduzir a Vontade e regrar todos os seus movimentos; como também há uma para regrar os movimentos do Corpo, seja para a Dança que para a Esgrima, seja para as outras Artes que exigem alguma habilidade. Ele é dividido em seis Livros: o primeiro dos quais demonstra suficientemente que o Homem é bastante rico de seu próprio Espírito para produzir sua felicidade, e que ela depende unicamente dele e absolutamente nada das coisas que estão fora dele, e que ela é o necessário e nobre efeito da Vontade bem conduzida; depois disso, ele dá algumas regras gerais para governar as Paixões e para evitar e afastar de nós o que é capaz de incomodar nossa paz e nossa alegria. No segundo Livro, ele repassa sobre esses seus esboços, quer dizer, ele se estende mais sobre as coisas que ele já havia escrito e que se podem ter sido tomadas como inúteis e que, porém, bem longe de serem muito extensas e de se poderem ser reduzidas a um espaço menor, exigem um espaço maior e tornaram necessário que eu, inclusive, lhes dedicasse um espaço mais amplo. Ele as apoia e as fortifica, oferecendo ao leitor, em seguida, algumas Máximas para colocar a Vontade no estado que ela deve permanecer, a fim de agir sem obstáculos e mostrando de que maneira é preciso empregar este nobre instrumento do Espírito. No Terceiro, ele faz ver que, já que a Vontade depende do conhecimento que ela tem das coisas e das impressões que ela se forma sob o poder do Entendimento, é extremamente importante instruir este Conselheiro, do qual ele sublinha as fraquezas e os erros que nasce de sua falsa estima das coisas. Sobre isso ele descobre, de uma maneira admirável e muito mais particularmente que qualquer outra pessoa já tenha feito, as imposturas da Opinião e os males que ela causa no mundo, para os quais ele oferece, ao mesmo tempo, os remédios pela boa conduta do Entendimento, pelo uso legítimo da Opinião mesma, em poucas palavras, pelo conhecimento da verdade, principalmente daquilo que diz respeito a Deus e que é capaz sozinho de lhe dar satisfação e repouso. E foi aí, nesse ponto mesmo, que eu me persuadi de que o Leitor quererá, talvez, que eu pare e, quem sabe, também aprovará que eu termine uma das duas Partes desta Obra, esperando que lhe faça ver a que virá depois, na qual ele pode, antes de vê-la, ter certeza de que verá coisas belas e que poderá crer não ser capaz de dar a merecida aprovação. E eu não sinto escrúpulo nenhum em assegurar isso: que se ele se satisfez com esta, como eu pretendo ter razão de não ter dúvida, ele ficará, talvez, ainda mais satisfeito com a outra.

NIEREMBERG, Jean Eusebe. L'art de conduire la volonté selon les preceptes de la Morale Ancienne & Moderne, tirez des Philosophes Payens & Chrestiens. Traduit du Latin de Jean Eusebe Nieremberg, Paraphrasé & de beaucoup enrichy par Louys Videl, de Dauphiné. Dedié à Monsieur de Lionne, Conseiller d'Estat ordinaire & Secretaire des Commandements de la Reyne Regente. Paris: Chez Jean Pocquet, 1657, pp. ix-xx.

Obs.: Monsieur de Lionne é Hugues de Lionne (1611-1671), que foi Ministro de Estado, entre 1646 e 1667, de Ana da Áustria - Sua Alteza Real, a Infanta Ana Maria Maurícia (1601-1666) -, Rainha Regente da França entre 1643 e 1661.

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