sexta-feira, 9 de abril de 2010

Uma palavra de advertência

UMA PALAVRA DE ADVERTÊNCIA
DO EDITOR
PARA OS LEITORES
Como uma mancha é mais aparente num belo rosto do que em outro, sem dúvida as faltas da impressão são mais visíveis e menos suportáveis nas excelentes Obras que nas comuns. Tendo imprimido esta na ausência de seu Autor, eu não pude fazer muito para que não restassem erros, dos quais os mais evidentes são os Particípios e os Gerúndios tomandos um pelo outro, por exemplo, estans [estados], croyãs [cridos], ressouvenans [relembrados] etc. por estant [estando], croyant [crendo], ressouvenant [relembrando]; sabendo eu ser ele muito correto no uso das Partículas, se encontrará aqui, às vezes, repetições sem necessidade ou graça, e sobretudo nos Sinônimos. Que não se faça injustiça, portanto, a ele, lançando a culpa desses erros nele, que é rigoroso observador de tudo aquilo que, no mais das vezes, os outros se dispersam; ele não teria deixado passar avecques no lugar de avec ou avecque, ou mesmo outras negligências dessa natureza. E na medida que se esbarrar em lugares onde se encontrem tais erros, que não se acuse puramente também o destino da Casa Editorial que, mesmo estando nas mãos de tão grandes homens que a têm guiado, não encontrou ainda o dom da infalibilidade. Na segunda vez que eu vos der a ler esta Obra, não haverá nada que possa diminuir seu preço, ou que choque os olhos e o espírito dos mais delicados e dos mais severos. Desculpe-se-nos também a má pontuação.

NIEREMBERG, Jean Eusebe. L'art de conduire la volonté selon les preceptes de la Morale Ancienne & Moderne, tirez des Philosophes Payens & Chrestiens. Traduit du Latin de Jean Eusebe Nieremberg, Paraphrasé & de beaucoup enrichy par Louys Videl, de Dauphiné. Dedié à Monsieur de Lionne, Conseiller d'Estat ordinaire & Secretaire des Commandements de la Reyne Regente. Paris: Chez Jean Pocquet, 1657, pp. xxi-xxii.

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